A Páscoa de Jesus e... a nossa

A Páscoa de Jesus e... a nossa

A ressurreição de Jesus é o centro e a razão de ser da nossa fé e da nossa esperança.
Pelo batismo o Senhor agregou-nos a si (fomos «enxertados» n'Ele, diria S. Paulo) e
tornou-nos participantes de todos os Seus dons, também da Sua ressurreição. Pela
nossa vida biológica (1º nascimento) estamos destinados ao cemitério; pela vida que
Deus nos concede no batismo (2º nascimento) tornamo-nos peregrinos da eternidade.

 Assim o disse Jesus a Nicodemos: «Quem não nascer de novo, da água e do Espírito,
não pode entrar no Reino de Deus; aquele que nasce da carne é carnal, aquele que nasce
do Espírito é espiritual» (Jo 3,3-6). A consciência disto faz com que, desde sempre, a
comunidade cristã celebre o baptismo (dos adultos) na noite da Vigília Pascal, noite da
ressurreição do Senhor. É também por isso que nela, a mais importante de todas as
celebrações do ano, com a vela acesa na mão (símbolo da fé em Cristo ressuscitado),
somos convidados a renovar as promessas do nosso batismo e a renunciar a tudo oque
não se coaduna com a vida nova que por ele recebemos.
Ora, a graça recebida no batismo perde-se pelo pecado que cometemos. E o pecado
é algo de que só temos consciência quando nos apercebemos da santidade e do amor
que Deus nos dedica; só assim sentiremos arrependimento de O amarmos tão pouco.
O nosso pecado (falta de amor para com Deus e para com o próximo) empobrece a
nossa relação com o Senhor e com a Igreja de que somos membros. Por isso, o
arrependimento leva-me a pedir perdão:
1º a Deus através daquele que, embora pecador como eu, é, na comunidade, o que faz
a ponte entre o humano e o divino (= sacerdote);
2º à comunidade (Igreja), a quem empobreci, na pessoa daquele que é o pai (= padre).
Páscoa é uma palavra hebraica que significa «passagem»: do Mar Vermelho pelo povo
de Israel; da morte à vida, porJesus; do pecado à comunhão com Deus e com os irmãos,
por cada um de nós. Tenhamos a humildade de nos aproximarmos do perdão de Deus no
sacramento da Penitência (= confissão); não deixemos que o nosso orgulho seja mais
forte que o insistente apelo de Deus a que regressemos à comunhão com Ele.
Uma Santa e Feliz Páscoa! Um abraço amigo do Pe. Mário.